domingo, 6 de maio de 2012

Avaliação contínua


Só para compartilhar com os amigos professores (e futuros professores), considero muito positiva a experiência que estou tendo aplicando diversas avaliações distribuídas ao longo do semestre. No caso, pela primeira vez, estou trabalhando com quatro dissertações redigidas em sala de aula a respeito de passagens previamente selecionadas das obras estudadas no curso. O resultado é que, a esta altura do meu curso, eu estou ciente de como cada aluno processou cada conteúdo ministrado, além de saber bem das tais "competências e habilidades" que cada um possui como pontos fortes e fracos. Melhor ainda, eu pude acompanhar e participar de evoluções individuais muito interessantes.

Se tivermos em vista que a avaliação visa a descoberta das deficiências do aluno para que possamos ajudá-lo a corrigi-las, então o melhor a fazer é justamente detectar essas deficiências o quanto antes e continuamente. Se deixarmos a avaliação para o final do curso, ou simplesmente se concentrarmos as avaliações em um ou dois momentos chaves, tudo que teremos a fazer será determinar que o aluno refaça toda a disciplina (reprove), o que, muitas vezes, poderia ter sido evitado se tivéssemos descoberto o problema a tempo e tivéssemos trabalhado com o aluno por uma solução gradativa.

Naturalmente, por meio das avaliações contínuas, o professor também pode ter clareza sobre a necessidade de retomar tópicos e problemas que pareciam, mas apenas pareciam, ter sido devidamente concluídos. Uma coisa que a experiência me ensinou é que não podemos simplesmente perguntar aos alunos se o conteúdo ministrado foi compreendido, seguindo em frente com confiança se a resposta for positiva. Parafraseando o velho Einstein, em citação já usada e abusada do Facebook ao Google+, você só sabe aquilo que você sabe explicar em termos simples e claros. Sendo assim, o aluno não pode ser um mero ouvinte. Ele precisa ser agente do seu processo de aprendizado, produzindo explicações claras dos conteúdos que ele deve aprender. Na maioria das vezes, o aluno não mente quando responde que entendeu um ponto qualquer. Ele apenas não sabe que não sabe. O que ele sabe ou não é o que sempre temos que descobrir com urgência.

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