quarta-feira, 6 de março de 2013

Safatle e o direito de todos à nota 'F'


Em sua coluna de hoje na Folha de São Paulo, Vladimir Safatle volta a defender a implementação de ideais socialistas, desta vez, amparado pelo resultado de um plebiscito realizado na Suíça que limita a remuneração de executivos de empresas privadas. Imediatamente, ocorreu-me a lembrança de um e-mail que eu havia recebido há alguns dias. O texto é atribuído a Magno Nunes Dov e não sei se o relato realmente se ampara na realidade, como é o caso do triunfo suíço de Safatle. Não importa! Ainda que seja apenas um singelo experimento de pensamento, ele poderia ser verossímil o suficiente para ilustrar meu ponto contra Safatle e o princípio adotado pelos eleitores suíços. Segue o texto (e se algum leitor quiser me esclarecer quanto à sua origem, tanto melhor):

"Isto é Socialismo

Um professor de economia em uma universidade americana disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira. Esta classe em particular havia insistido que o socialismo... realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza, ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.

O professor então disse: 'Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Em vez de dinheiro, usaremos suas notas nas provas.' Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam 'justas'. Todos receberiam as mesmas notas, o que significa que, em teoria, ninguém seria reprovado, assim como também ninguém receberia um 'A'.

Após calculada a média da primeira prova, todos receberam 'B'. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado. Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Já aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Como um resultado, a segunda média das provas foi 'D'.
Ninguém gostou. Depois da terceira prova, a média geral foi um 'F'.

As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe..."


2 comentários:

  1. "Paraquedas dourados", assim como passes milionários de jogadores de futebol e outras coisas do gênero, não têm nada a ver com livre mercado ou capitalismo, simplesmente servem para lavar dinheiro. De resto, faz muito sentido o Safatle estar apoiando um projeto de um político e empresário "de direita" (seja lá o que for isso) xenófobo:

    "Chama a atenção o fato de que a "iniciativa gatos gordos" não tenha sido da esquerda, que, no mundo inteiro, finge conviver mal com as fortunas. Foi proposta por Thomas Minder, empresário e senador da direita xenófoba, que costuma atribuir todos os (poucos) males da Suíça aos imigrantes mal remunerados, quando remunerados, e não aos executivos de salários dourados." (Folha de S. Paulo, 05/03/13, Clóvis Rossi - http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/96988-os-gatos-gordos-mal-amados.shtml)

    ResponderExcluir
  2. Se o sr. Clóvis Rossi soubesse um pouquinho de história não se surpreenderia e saberia que todos os movimentos fascistas da primeira metade do século passado condenavam tanto o trabalhador "xexelento" - que aceitava fazer o mesmo trabalho da classe média ganhando menos - quanto o grande empresário "explorador". Ambos esses papéis constituíam os "suspeitos" abstratos de sempre.

    É evidente que, na conquista e manutenção do poder, também precisavam, para cerrar suas fileiras, tanto do trabalhador "xexelento" - como movimentos de massa que eram - quanto de capitalistas que servissem de comissários dos interesses do "Esta-do-partido". O que realmente não gostavam, o que é comum a todos os socialismos, era de uma sociedade formada por trabalhadores e empreendedores livres.

    ResponderExcluir